Cuidados podem suavizar os efeitos do envelhecimento

Pela Redação Suadieta

Envelhecer faz parte da nossa história, mas cuidados básicos podem suavizar seus efeitos. Assim, rugas e cabelos brancos podem ser adiados com uma vida saudável, boa alimentação, bastante água, prática de exercícios físicos e proteção do sol.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

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Como lidar com o chilique infantil

http://img143.imageshack.us/img143/7756/chiquinhododoi2ek.gif Por Glycia Emrich

Para quem cansou de passar vergonha com as birras e os showzinhos que o seu filho dá em plena rua. Saiba o que fazer para manter o controle – tanto o seu quanto o dele.

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Mr. Cacciola

Por J.R. Guzzo

"Qualquer pessoa pode fazer um negócio bom, médio ou ruim; o que não pode fazer, nunca, é um negócio que não entende".

A crise financeira que assusta o mundo vai acabar um dia, mas a pergunta que se faz desde o começo da confusão, dois anos atrás, não foi respondida até agora: como é possível, segundo a lógica econômica mais rudimentar, um banco sério emprestar dinheiro a quem não tem, sabidamente, meios materiais para pagar o que tomou emprestado? Foi isso, e mais nada, que causou o terremoto que está aí; algo muito simples, que não poderia ter acontecido nunca, mas aconteceu. Por que nomes que sempre estiveram entre os monumentos da finança mundial foram fazer uma coisa dessas? Não há quem responda. Toda a sabedoria econômica do planeta concentra seus esforços, hoje, em tentativas de limitar o desastre, e ninguém tem tempo para ficar pensando em questões tão primárias assim; a única coisa que interessa no momento para governos, bancos e empresas é salvar o que ainda pode ser salvo. A pergunta elementar fica esquecida, e isso é um excelente ponto de partida para que no futuro aconteça tudo outra vez.

Uma história de vergonha

Por Isabela Boscov

Nos papéis do Apartaheid - Fiennes, como o carcereiro Gregory, e Haysbert (à esq.), como Mandela: em duas décadas de convivência, do desprezo à razão.

Em Mandela – Luta pela Liberdade, o que importa não é quanto o líder sul-africano respeitou seu carcereiro, e sim quanto o carcereiro aprendeu a admirar Mandela.

Exclusivo on-line - Trailer

Sobram suspeitas de que James Gregory, carcereiro do líder sul-africano Nelson Mandela por um período que se estendeu de 1968 até sua libertação, em 1990, enfeitou um bocado o relato dessa convivência em sua autobiografia, Goodbye Bafana. Se for esse o caso, o oficial penitenciário, morto em 2003, não terá sido o primeiro, tampouco será o último, a tentar tomar para si um pouco da grandeza da figura de Mandela. Que se tenha então como metafórica, mais do que como verídica, a adaptação das memórias de Gregory em Mandela – Luta pela Liberdade (Goodbye Bafana, África do Sul/Alemanha/Bélgica, 2007), e a questão de quanto esse relacionamento foi de fato próximo se torna imaterial. O que é relevante é que, entre o dia em que chegou como encarregado da censura à prisão da Ilha Robben e o dia em que se despediu de seu prisioneiro, aí já em confinamento domiciliar, algo aconteceu com o carcereiro – e, ainda que não pelos mesmos motivos, também com o seu país.

No drama dirigido pelo dinamarquês Bille August, desde sexta-feira em cartaz no país, Gregory (Joseph Fiennes) assume seu posto na penitenciária de segurança máxima em que Mandela (Dennis Haysbert) está detido como um produto típico da África do Sul do apartheid: um homem que acredita que o desejo da população africana é exterminar os sul-africanos brancos, como ele; que a selvageria é inerente aos negros; e que Mandela e seus companheiros do Congresso Nacional Africano são terroristas repugnantes. Mas Gregory ganha o cargo de censor porque cresceu entre negros, numa fazenda, e fala xosa, o que o habilita a interceptar mensagens clandestinas. Esse é o pivô, previsível mas correto, em torno do qual gira o filme: a idéia de que o protagonista já soube, e procurou esquecer, que o apartheid é uma abominação; e que o impacto de uma personalidade como a de Mandela sobre esse terreno propício pode ser transformador. Num outro plano, August trata de como transformações, em regimes que não as toleram, podem ser penosas. Assim que sua admiração pelo prisioneiro é detectada, Gregory é posto de escanteio, indispõe-se com a mulher (a alemã Diane Kruger, muito bem) e, à medida que a pressão internacional faz a África do Sul se tornar volátil, recebe seguidas ameaças de morte. Numa boa atuação, porém, Joseph Fiennes desvia essa trajetória do seu rumo habitual no cinema – o de mostrar a tomada de consciência de um branco na África como um processo heróico e de iluminação. Na maneira como ele interpreta o carcereiro, esta é uma história de como um homem começou a sentir vergonha. Com motivo.

Da preisão ao palanque - Mandela em campanha: em 27 anos de encarceramento, uma liderança que não definhou.

Um templo inusitado

Komaki Penis Shrine - Tagata Jinja - O templo do Pinto de Komaki

Por Marcelo Duarte

O templo é dedicado tanto à felicidade conjugal quanto à fertilidade. É procurado por homens e mulheres solteiros, recém-casados e também casais que desejam ter ou tiveram filhos. É tudo muito sério. Os japoneses vão ali para rezar e agradecer. O Tagata Jinja fica na região de Komali, na província de Aichi, próximo a Nagóia. Imagens de madeira ou de concreto estão por todos os lados. Até os banquinhos têm formato de pênis. Durante uma procissão anual, os japoneses desfilam com um andor em forma de pênis com 2 metros de comprimento. Na saída, os monges oferecem ainda os “omamoris”, amuletos em forma disso mesmo que você está pensando.

Um país não tão violento assim, diz a The Economist

Os estrangeiros se acostumaram a associar o Brasil à violência, mas a revista The Economist mostra que "algo inesperado" está ocorrendo: a queda do número de homicídios. O foco da reportagem é São Paulo, onde esse indicador vem caindo nos últimos cinco anos. O fenômeno pode ser explicado por três razões, diz o texto: maior controle sobre o porte de armas; melhora na formação policial, com menos mortes em confrontos com bandidos; e a queda, na população, da proporção de jovens entre 15 e 24 anos - a faixa etária geralmente mais atingida pela criminalidade. "Se o cenário continuar assim, pelo menos um estereótipo brasileiro vai deixar de existir", diz a revista.

O sonho da empresa própria

Cada geração tem seus sonhos. As gerações passadas sonharam com a casa própria, com o carro próprio e com o emprego vitalício, aquele que garantia renda e tranqüilidade. Mas o mundo mudou. Hoje, é muito mais fácil comprar uma casa e ridiculamente simples comprar um carro. Já o emprego vitalício não existe mais.

Encontro propõe sustentabilidade como tema transversal no ensino superior

Por Naná Prado

Representantes de universidades preparam Nota Técnica que será encaminhada à CAPES-Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior.

A avaliadora de gestão

Por Joaquim Ferreira dos Santos

Uma praga. Há quem trema com seu palavreado cheio de sinergia, há quem morra de rir de mais um cerimonial que só atravanca o bom andamento dos serviços. Ela não edita uma página do jornal, ela não aperta um parafuso na fábrica. A avaliadora de competências só quer saber de gestão. Fala em operacionalizar resultados na reunião das dez, coaching na reunião das onze e mentoring no almoço executivo do meio-dia. Impressiona os incautos com seu dicionário corporativo, da mesma maneira que outras fêmeas tentam o mesmo com o silicone. É o pavão misterioso, o coreto de Madureira, uma pegadinha do RH. O nada e a perda de tempo. A avaliadora mete medo nos machos com seu jeito trend de ser porque inverteu o processo. Ela não veio ao mundo para ter o rebolado avaliado quando se dirige ao cafezinho. É ela quem dá as notas, quem controla o budget e o EBITDA. Busca o alinhamento interno com a mesma sofreguidão que as colegas buscam o orgasmo múltiplo. Ela é holística. Avalia o comprometimento de cada um com a superação de padrões já estabelecidos.

Pesquisa e Desenvolvimento para o Espaço

Por Giovanny Gerolla

Nasa faz 50 anos e publica lista de 50 inovações derivadas do programa espacial; produtos estão em todos os setores.

A Nasa acaba de divulgar a nova edição da publicação anual Spinoff, intitulada "50 Years of Nasa Derived-Technologies (1958-2008)" (50 Anos de Tecnologias Derivadas da Nasa), em comemoração aos 50 anos da agência norte-americana. Por isso, a publicação escolheu 50 produtos, já comercializados ou em fase final de desenvolvimento, que ou nasceram de encomendas apresentadas a empresas ou surgiram de pesquisas realizadas em laboratórios do próprio governo, e que encontraram aplicação na vida na Terra. Ou dentro da água — como foi o caso do traje usado pelos nadadores olímpicos. O tecido do maiô de Michael Phelps foi testado em túneis da Nasa para avaliação do atrito em materiais com potencial para recobrir aviões e espaçonaves.

Os 50 destaques em Spinoff 2008 incorporaram-se às áreas de medicina, segurança pública e proteção ambiental, aos transportes, a tecnologias computacionais e de processos industriais, a bens de consumo diversos. A origem desses subprodutos remonta às associações da Nasa com a indústria, com outras agências governamentais, grandes laboratórios e universidades, por meio do Innovative Partnership Program (IPP), para pesquisa, desenvolvimento e maturação de tecnologias e capacidades necessárias à realização de missões espaciais. A administração da propriedade intelectual das inovações cabe aos centros de pesquisa e incubadoras da Nasa que integram o programa.

Na média, estamos mal

por Ricardo Prado, de Buenos Aire

A escola secundária vive uma crise de identidade na América Latina: deve ser porta de saída para o trabalho ou de entrada para a faculdade?

A escola latino-americana não é retrato de seus países; é pior que eles”, afirmou Juan Eduardo Garcia Huidobro, ex-diretor-geral de Educação do Chile, na primeira semana de setembro em Buenos Aires, durante o Seminário Internacional de Ensino Médio promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No encontro, que reuniu especialistas em educação do Brasil, Argentina e Chile, ficou patente que paira um mal-estar entre os jovens sul-americanos que se traduz em desconfiança diante de uma escola que parece oferecer-lhes pouco para um mundo em constante transformação. Tanto que, de 106 milhões de jovens entre 15 e 24 anos que vivem na América Latina e no Caribe, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 48 milhões deixaram a escola de lado e só trabalham. E 10 milhões de adolescentes e jovens adultos se encontram no pior dos mundos: não trabalham nem estudam.

No Brasil, o Ensino Médio patina na porta de entrada e bombardeia seus alunos antes de saírem. Tanto que boa parte desiste ou gasta mais um ou dois preciosos anos para terminar o ciclo. Dos 8,5 milhões de matriculados na escola secundária, só 44% se encontram na idade correspondente. No ano letivo de 2003, por exemplo, quando 3,6 milhões de brasileiros entraram no Ensino Médio, apenas 1,8 milhão conseguiram terminar o ciclo no tempo certo, três anos depois. Além dos que estão fora da escola e dos que se encontram defasados da idade ideal, as taxas de repetência (22,6%, em 2005) e de abandono (10%, em 2005) ainda permanecem elevadas, se comparadas às dos países desenvolvidos.

Sexo zero

Por Carol Patrocínio

Você conhece alguém que vive bem sem relações sexuais?

Quando você escuta alguém dizer que é virgem e tem mais de 18 anos, você acha que a pessoa está mentindo ou que é simplesmente normal ser virgem até a idade que quiser? E se a pessoa resolver passar a vida inteira sem sexo, por vontade própria, sem nada a ver com religião ou saúde, o que você acha?

Tem gente que curte sexo, mas tem gente que não curte e ponto!


Grandes autores para pequenos leitores

Por Monica Weinberg

Shakespeare, Cervantes e Lima Barreto são alguns dos autores que ganharam versões adaptadas para crianças. Nos últimos três anos, o número de clássicos para esses leitores cresceu 70%.

Fique fora dessas

Por Bel Moherdaui


Aproveite: as listas do que não fazer antes demorrer são mais divertidas e menos cansativas.
Exclusivo on-line
Outras regras desnecessárias

Curtir a vida nunca exigiu tanto esforço. Desde que Dave Freeman e Neil Teplica publicaram o livro Cem Coisas para Fazer Antes de Morrer, em 1999, listas do tipo vêm criando um sem-fim de obrigações a ser cumpridas antes que soe a hora final. Tem até uma lista dos cinqüenta peixes a ser pescados. Freeman morreu em agosto, de acidente (aos 47 anos e tendo completado metade da lista), mas legou a permanente sensação de que sempre falta fazer alguma coisa importante. Para amenizarem a frustração, três livros recentes listam o que não fazer antes de morrer. Os títulos, claro, não variam muito: 101 Coisas para Não Fazer Antes de Morrer, do americano Robert Harris, Não Ligo a Mínima – 101 Coisas para Não Fazer Antes de Morrer, do inglês Richard Wilson, e Cai Fora! 103 Coisas para Não Fazer Antes de Morrer, do inglês Sam Jordison. "Eu, que ainda não cheguei aos 40 anos, vi as listas do que fazer e tive a sensação de que nunca iria conseguir. Primeiro fiquei meio deprimido. Depois percebi que era ridículo e decidi livrar as pessoas desse tipo de opressão", brinca Jordison, que é crítico literário do jornal The Guardian. Resumindo, não se mate se você não conseguir:

Visitar o Taj Mahal — Conhecer o mausoléu transformado em declaração póstuma de amor é item obrigatório dos viajantes aventureiros. Atente-se para o fato de que o monumento é cercado de Índia por todos os lados: o rio cheira mal, o calor é insuportável, mendigos imploram por trocados e, acima de tudo, há turistas demais. Todos, sem exceção, tirando fotos que serão versões pioradas das imagens dos cartões-postais e guias de turismo. "Eu estive no Taj Mahal e acho que acontece o mesmo que com as pirâmides do Egito e com Machu Picchu: já vimos tanto na televisão e em fotos que, ao vivo, não são tão bonitos. Também dizem que é incrível mergulhar nas Maldivas, mas eu nem sei nadar. E aposto que muitas daquelas cenas eu vi em Procurando Nemo", disse Wilson a VEJA.

Conhecer vinho – Algumas pessoas nasceram no terreiro, outras no terroir. É possível, com grande esforço, fazer a transposição de um para o outro. Se não tiver jeito para a coisa, faça como todo mundo e escolha o vinho pelo preço. Saiba que a lei da oferta e da procura funciona: os mais caros são os melhores e os menos caros são os não tão bons.

Aprender outra língua – Grego antigo, alemão moderno, mandarim? Quem já fala no mínimo outros três idiomas pode se dispensar da obrigação. A regra só não serve para mulheres solteiras que querem usar o método de aprender italiano, na Itália, usando o universal e comprovado método de namorar um local.

Ler Guerra e Paz Ou Ulisses, ou a Ilíada. São obras-primas da literatura, é verdade. Mas ninguém é obrigado a ler suas centenas de páginas se não aproveitar de verdade. Em resumo: não acabe um livro de que você não gosta. Leia outra coisa.

Completar uma maratona – Não basta caminhar na esteira, correr no parque, gastar o calçadão? Para os obcecados por saúde, quem nunca correu 42 quilômetros, como o soldado grego Feidípedes (que morreu depois de completar o trajeto entre Maratona e Atenas), é um sedentário comedor de pipoca na frente da televisão. Se der muita vontade, deite e espere passar.

Pôr em prática o Kama Sutra – Ou fazer sexo na praia. Ou no avião. Sexo é prazer, não competição. "Desde quando contorção corporal é coisa erótica?", pergunta Jordison em seu livro. Sem o peso da obrigatoriedade, quem sabe surjam umas idéias.

Assistir a Boca Juniors e River Plate no Bombonera, em Buenos Aires – Ou ao Fla-Flu no Maracanã, a Corinthians e Palmeiras no Pacaembu (quando o Timão sair da segunda divisão). Quem torce por algum dos times já foi. Quem não torce ficará impressionado por não mais que quinze minutos. E ainda restarão 75 – de péssima comida e banheiros muito, muito sujos.

Pular de pára-quedas – Ou fazer bungee jumping. Ou, radicalismo dos radicalismos, praticar o "zorbing", assustadora modalidade em que o praticante é colocado em uma bola gigante, muitas vezes cheia de água, que rola morro abaixo. "Nunca tinha ouvido falar nisso até ler as listas do que fazer. Se você é viciado em adrenalina, faz sentido. Eu sofri um acidente de carro e posso dizer que a sensação é a mesma. Taquicardia, frio e tremedeira. É muito desagradável", descreve Jordison.

Ir a uma praia de nudismo – Além de correr o risco de sofrer queimaduras em áreas nunca dantes bronzeadas, você se sentirá inferior diante de corpos mais bonitos ou constrangido por outros nem tanto. E passará o dia sendo examinado por estranhos.

Ficar rico – Se não ficou até agora...

Aluguel de barracos no Rio: um negócio milionário


Constatou-se mais uma faceta da economia informal do país: o aluguel de barracos nas favelas do Rio de Janeiro. Segundo cálculos do economista Ib Teixeira, com base no Censo de 2000 do IBGE, esse setor movimenta R$ 107 milhões por ano, obviamente às margens de qualquer regulamentação. Nesse mercado, o inquilino fica à mercê das vontades do proprietário, de traficantes e milicianos, sem ter nenhum amparo legal. A reportagem cita o exemplo de Adeir Tostes de Farias, um dos maiores proprietários de quitinetes da Rocinha. Com o dinheiro dos aluguéis, deixou a favela e foi morar na Barra da Tijuca.

Saúde financeira exige foco e estabelecimento de metas

Por Vívian Teixeira

Planejamento financeiro é sinônimo de objetividade, foco e metas bem definidas. Iniciar um negócio requer disciplina e definir onde que se quer chegar, na opinião dos especialistas, é a chave para um empreendimento bem-sucedido. Os exemplos de empresas bem-geridas denotam compromisso com a saúde financeira, optando por reinvestir boa parte do capital no desenvolvimento do negócio e capacidade de atender bem os diversos públicos - que vão desde fornecedores e clientes, passando por funcionários e até concorrentes.

A dieta do pensamento

Por Anna Paula Buchalla

O sonho de todo mundo - você nem precisa ser uma gordinha à la Botero para pensar em ter as formas de uma mulher de Modigliani...

Não tem nada de mágica, não. Para você perder os quilos a mais e ficar elegante para sempre, a terapia cognitivo-comportamental oferece um caminho: deixar de "pensar gordo" e passar a "pensar magro".


Estudos sobre o cérebro


Cientistas descobrem conexões cerebrais relacionadas à esquizofrenia; desequilíbrios químicos causam disfunção da memória de longa duração.

A importância da descoberta está no fato de instigar estudos secundários que poderão conduzir a um tratamento efetivo para a esquizofrenia, com o uso de drogas sobre um desses mecanismos cerebrais inter-relacionados. Além disso, a demonstração do mecanismo complementa pesquisas anteriores sobre a doença, que comprovaram sua origem hereditária.

O investment grade político

Por Eduardo Oinegue

Normalidade no começo - da esquerda para a direita, Prudente, Campos Salles, Rodrigues Alves e Affonso Penna.

"Iniciou-se ainda no século XIX a última seqüência de pelo menos três presidentes eleitos pelo voto direto, em que um passou a faixa ao outro, sem mortes, sem intermediação de um vice-presidente, sem interferência dos militares, enfim, sem modificações nas regras eleitorais de nenhuma natureza".

Ao contrário do que pode parecer, a grande novidade da próxima eleição presidencial de 2010 não seria uma alteração constitucional permitindo a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um terceiro mandato. Nada disso. Ainda que configurasse uma mudança indesejável, se os aliados mais animados do governo conseguissem patrocinar uma reforma na legislação vigente estariam apenas seguindo um velho (e impróprio) costume nacional de impedir que as sucessões transcorram num ambiente de normalidade. Daí por que, ainda que soe incrível para muita gente, o grande diferencial político do momento seria o presidente Lula concluir o segundo mandato e, nos termos da Carta, passar a faixa ao sucessor em cerimônia no Palácio do Planalto. Aí sim o Brasil estaria inovando. Sabe qual foi a última vez que os brasileiros tiveram a oportunidade de ver uma seqüência de pelo menos três presidentes eleitos pelo voto direto, um passando a faixa ao outro, sem mortes, sem intermediação de um vice-presidente, sem interferência dos militares, enfim, sem modificações nas regras eleitorais de qualquer natureza? Na primeira série de eleições envolvendo civis, iniciada no século XIX, durante a República Velha, quando três presidentes eleitos em seguida concluíram seu mandato e passaram a faixa ao sucessor. E sabe quantas vezes isso voltaria a se repetir no Brasil? Nenhuma vez. Voltamos a ter a chance de ver algo parecido agora, no século XXI.

Planejar para crescer

Por Ricardo Tortorella

É importante que a pessoa verifique se ela possui as características necessárias a um empreendedor de sucesso, como estar disposto a correr riscos calculados, manter a calma e o otimismo.

A dor-de-cabeça do lixo nas capitais


A destinação do lixo é um dos pontos mais sensíveis para o bom funcionamento da estrutura urbana, mas isso é geralmente ignorado no Brasil. Das 26 capitais brasileiras (Brasília ficou de fora), 12 não têm aterro sanitário; entre as outras 14, em pelo menos cinco os locais para receber os resíduos produzidos diariamente estão a menos de um ano do esgotamento. A ação das prefeituras geralmente esbarra em suspeitas de direcionamento de licitações e mudanças de orientação política para o setor. Além da óbvia questão ambiental implicada nesse problema, o lixo chama a atenção por ser um dos setores onde estão os maiores contratos de prestação de serviços – envolve entre 4% e 10% do orçamento anual de um município.

Desmistificando a Lei de Murphy

Você está tomando seu delicioso café da manhã e acidentalmente o seu delicioso pão com manteiga cai, imagine qual parte do seu pão ficará no chão...

Segundo a Lei de Murphy, "a probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete".

Da incerteza à necessidade de agir

Por José Eli da Veiga

Não poderia ser maior a legitimidade política da previsão sobre o aquecimento global: persistirá enquanto não forem drasticamente reduzidas as emissões de gases-estufa causadas por atividades humanas. Esperneiam isolados os pesquisadores chamados de céticos, que prognosticam resfriamento ou que atribuem a mudança climática a causas naturais, essencialmente radiações cósmicas.

Visto para os EUA


Os governos de Brasil e Estados Unidos estudam uma série de medidas para facilitar a concessão de visto a brasileiros. Há inclusive a possibilidade de o documento, que hoje tem validade de cinco anos, passar a valer por dez anos já em 2009. Entenda o que está em jogo nessa negociação diplomática.

Sobre o Nobel deste ano

Neste ano, a Academia Sueca dedicou o Nobel de Química aos descobridores de uma proteína cuja importância para a ciência equivale à descoberta do microscópio. Na física, os laureados foram dois pesquisadores japoneses e um americano cujos estudos das estruturas subatômicas aproximam um pouco mais a humanidade da compreensão da composição do universo. O Nobel da Paz não deixou de ser também uma volta às origens: desta vez, da própria academia. Ao eleger um mediador de conflitos armados, ela retoma a idéia inicial do seu fundador, Alfred Nobel, de agraciar "os que lutam pela fraternidade entre as nações".

QUÍMICA

Vencedores - Três pesquisadores dividiram o prêmio: o japonês Osamu Shimomura (à esq.) e os americanos Roger Tsien (no meio) e Martin Chalfie.

Por que ganharam o prêmio - Shimomura descobriu uma proteína que deixa células fluorescentes, permitindo rastreá-las. As aplicações práticas que a dupla americana desenvolveu para ela fizeram com que a academia comparasse a sua descoberta com a invenção do microscópio.

A descoberta da GFP, sigla em inglês para proteína verde fluorescente, revolucionou os estudos sobre o funcionamento dos organismos vivos. Ela é hoje um recurso indispensável para as pesquisas de bioquímicos, biólogos e médicos. Essa proteína possibilitou a observação dos mecanismos de doenças como câncer e Alzheimer. Quando exposta à luz ultravioleta, a GFP brilha, o que possibilita o rastreamento das células que se deseja observar. O Nobel de Química deste ano foi para o trio que descobriu e desenvolveu a GFP. Na década de 60, Osamu Shimomura identificou a proteína em águas-vivas encontradas na costa dos Estados Unidos. Três décadas mais tarde, Martin Chalfie mostrou que ela podia servir como marcador celular. Logo depois, Roger Tsien criou colorações diferentes para a GFP, o que ampliou seu uso, já que a variação de cores permite a observação de mais de um processo biológico ao mesmo tempo. Os três vão dividir um prêmio equivalente a 3 milhões de reais.

PAZ

Vencedor - O diplomata Martti Ahtisaari, 71 anos, presidente da Finlândia entre 1994 e 2000.

Por que ganhou o prêmio - Em três décadas de negociações internacionais, mediou o fim de conflitos armados como os da Namíbia (1989), do Kosovo (1999) e de Aceh, na Indonésia (2005).

Quando Alfred Nobel criou o prêmio da Paz, em 1895, estipulou que ele deveria ser dado aos que lutam pela "fraternidade entre as nações" e pelo fim de conflitos armados. Paz, para Nobel, era a ausência de guerra. Desde então, o comitê norueguês que define os laureados ampliou o conceito. Em 2006, ele foi dado a um banqueiro que empresta dinheiro aos pobres e, no ano passado, a representantes da causa do aquecimento global. A premiação de Martti Ahtisaari – para quem a Presidência da Finlândia foi apenas um parêntese numa carreira diplomática de mais de trinta anos – resgata a idéia original de Nobel. Em seu currículo, figuram desde a supervisão do desarmamento do IRA, na Irlanda do Norte, até a mediação de conversas entre líderes xiitas e sunitas do Iraque. Ahtisaari costuma passar 200 dias por ano viajando. Depois do anúncio do prêmio, declarou que pretende se dedicar um pouco mais às suas próprias causas: "Quero ficar mais tempo com minha mulher".

FÍSICA

Vencedores - O americano Yoichiro Nambu (na foto) ficou com metade do prêmio. Os japoneses Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa dividiram a outra metade.

Por que ganharam o prêmio - As teorias que desenvolveram ajudaram a explicar os fenômenos observados nas estruturas subatômicas e avançar nos estudos sobre a origem e a composição do universo.

Nobel de Física foi dado ao japonês naturalizado americano Yoichiro Nambu, que o dividiu com os japoneses Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa. Eles explicaram como o Big Bang criou o universo. Explosões destroem. A do Big Bang deveria ter destruído a si própria pela anulação perfeita entre as partículas de matéria e antimatéria produzidas. Nambu mostrou que isso não ocorreu porque, para cada 10 bilhões de partículas de antimatéria, foram produzidos 10 bilhões de uma partícula suplementar de matéria – a "quebra espontânea de simetria". Isso desempatou o jogo a favor da matéria, e ela pôde se organizar em galáxias, estrelas e planetas. Kobayashi e Maskawa refinaram a proposição de Nambu ao mostrar que o desempate só ocorreu porque os quarks – tijolos que formam os nêutrons e prótons no núcleo dos átomos – são diferenciados entre si.

MEDICINA

Vencedores - Os franceses Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier (acima) e o alemão Harald zur Hausen.

Por que ganharam o prêmio - Montagnier e Françoise, pela descoberta do vírus da aids. Hausen, por ter relacionado o câncer de colo de útero ao HPV.

Ao conferir o Nobel de Medicina aos franceses Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi, a Academia Sueca encerra uma das mais acirradas disputas da história da ciência moderna – pela primazia na descoberta do HIV, o vírus da aids. Em 1983, Montagnier e sua equipe identificaram o agente causador da síndrome. Sem recursos tecnológicos para aprofundarem as pesquisas, enviaram uma amostra do vírus para o virologista americano Robert Gallo. Um ano depois, Gallo anunciou a "descoberta" do HIV – sonegando a participação dos franceses. O Nobel é o reconhecimento oficial da comunidade acadêmica de que Montagnier e sua equipe são os descobridores do vírus da aids. O prêmio será dividido com o médico alemão Harald zur Hausen, de 72 anos. Hausen identificou, na década de 70, a relação do câncer de colo de útero com o vírus HPV.

LITERATURA

Vencedor - Jean-Marie Gustave Le Clézio.

Por que ganhou o prêmio - O francês passou parte da infância na Nigéria e conviveu com índios da América Central, onde morou. Por incorporar essas influências, sua obra caiu no gosto multicultural da Academia Sueca.

Apesar de nascido em Nice, na França, Jean-Marie Gustave Le Clézio, 68 anos, é um representante da chamada "literatura pós-colonial". Tem raízes familiares nas Ilhas Maurício, passou parte da infância na Nigéria e já viveu entre índios do Panamá. Sua obra dá voz aos indígenas da América Central e aos nativos de ilhas do Oceano Índico. De acordo com a Academia Sueca, o autor de O Africano e A Quarentena é um "explorador da humanidade além e abaixo da civilização dominante". De quebra, seus livros expressam preocupações ecológicas que encantaram os acadêmicos suecos, conhecidos por seus critérios politicamente corretos. Recentemente, o secretário da Academia Sueca, Horace Engdahl, qualificou a literatura americana (que, apesar de contar com um Philip Roth, talvez o maior romancista vivo hoje, não ganha o prêmio há quinze anos) como isolada e "insular". Para os suecos, só as Ilhas Maurício são cosmopolitas.

O universo num grão de soja

Por Inês Pereira

Do ponto de vista nutricional, ao ingerir um grão de soja, você está oferecendo ao seu organismo proteína, fibras, carboidratos, óleos e sais minerais. Mas isso é só o começo

Tá na boca dos cientistas! Todos, renomados pesquisadores brasileiros e estrangeiros, afirmam que a soja é um dos mais completos e poderosos alimentos funcionais – aqueles que oferecem, além dos nutrientes, substâncias curativas e preventivas de doenças. Cercada de bons presságios, entre eles, o fato de que as pesquisas sobre suas possibilidades estão longe de se esgotar, a soja tem uma proteína de excelente qualidade, pois fornece os aminoácidos essenciais à saúde humana – daí ser considerada um alimento tão rico como o de origem animal, ovos e carnes –, sem falar na característica de ser um alimento superversátil. “Ela é capaz de enriquecer a dieta dos brasileiros com variados ingredientes e preparações”, explica o nutrólogo, professor e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho.

“A falta do hábito de consumir soja, entretanto, representa uma perda para a saúde dos brasileiros, que poderiam se beneficiar das inúmeras propriedades desse alimento”, constata. Verdade. Não faz parte da nossa cultura, do cardápio cotidiano da nossa mesa. O mesmo não se pode dizer dos chineses, os primeiros no mundo a descobrirem a soja, cerca de 2000 a.C., e dos japoneses. “Estudos epidemiológicos comprovam que a população oriental tem menor incidência de câncer de mama, enfarte e menor risco de desenvolver outras alterações, como diabetes. Por outro lado, os estudos constataram que os japoneses que migraram para os Estados Unidos desenvolveram doenças, entre elas, o câncer”, informa a professora doutora e atual coordenadora do Ambulatório de Climatério da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Sônia Rolim Lima.

Um empresário surpreendente

Por José Eduardo Faria

Dotado de sólida formação cultural, Setubal soube ser um homem de seu tempo.

Mais do que engenheiro e executivo bem-sucedido, Olavo Setubal foi uma personalidade surpreendente, uma figura humana muito maior do que sua obra empresarial. O que o levou, após se retirar da vida pública, a ser permanentemente consultado por muitos de seus antigos adversários políticos? Por que se tornou interlocutor de defensores de valores e teses opostas às suas? De que modo entender encontros e almoços que manteve, nos últimos anos, com pessoas tão discrepantes entre si, como D. Rockefeller e Samuel P. Guimarães, Raúl Alfonsín e José Serra, Mário Covas e Mário Soares, Frei Betto e FHC, Carlos Slim e João Pedro Stédile, com quem discutiu dívida externa, reforma agrária e... receitas de compotas de frutas do MST?

Legado aos nossos filhos

Por Lya Luft

"O palavrório sobre o que legaremos aos nossos filhos será vazio, se nossas atitudes forem egoístas, burras, grosseiras ou maliciosas".

Uma importante empresa financeira me chamou para falar com alguns clientes. Não sobre finanças, pois eu os arruinaria, mas sobre algum tema "humano" – no meio da crise queriam mudar de assunto. Uma sugestão de tema que me deram foi: "O que esperamos de nossos filhos no futuro". Como acredito que pensar é transgredir, falei sobre "o que estamos deixando para nossos filhos". Acabamos nos dando muito bem, a excelente platéia

estava cheia de dúvidas, como a palestrante.

O mundo avança em vertiginosas transformações, e não é só nas finanças ou economia mundiais: ele se transforma a todo momento em nossos usos e costumes, na vida, no trabalho, nos governos, na família, nos modelos que nos são apresentados, em nossa capacidade de fazer descobertas, no progresso e na decadência.

O que nos enche de perplexidade, quando o assunto é filhos, é a parte de tudo isso que não conseguimos controlar, que é maior do que a outra. Se há 100 anos a vida era mais previsível – o pai mandava e o resto da família obedecia, o professor e o médico tinham autoridade absoluta, os governantes eram nossos heróis e havia trilhas fixas a ser seguidas ou seríamos considerados desviados –, hoje ser diferente pode dar status.

Gosto de pensar na perplexidade quanto ao legado que podemos deixar no que depende de nós. Que não é nem aquele legado alardeado por nossos pais – a educação e o preparo – nem é o valor em dinheiro ou bens, que se evaporam ao primeiro vendaval nas finanças ou na política. A mim me interessam outros bens, outros valores, os valores morais. O termo "morais" faz arquear sobrancelhas, cheira a religiosidade ou a moralismo, a preconceito de fariseu. Mas não é disso que falo: moralidade não é moralismo, e moral todos temos de ter. A gente gosta de dizer que está dando valores aos filhos. Pergunto: que valores? Morais, ora, decência, ética, trabalho, justiça social, por exemplo. É ótimo passar aos filhos o senso de alguma justiça social, mas então a gente indaga: você paga a sua empregada o mínimo que a lei exige ou o máximo que você pode? Penso que a maioria de nós responderia não à segunda parte da pergunta. Então, acaba já toda a conversa sobre justiça social, pois tudo ainda começa em casa e bem antes da escola.

Não adianta falar em ética, se vasculho bolsos e gavetas de meus filhos, se escuto atrás da porta ou na extensão do telefone – a não ser que a ameaça das drogas justifique essa atitude. Não adianta falar de justiça, se trato miseravelmente meus funcionários. Não se pode falar em decência, se pulamos a cerca deslavadamente, quem sabe até nos fanfarronando diante dos filhos homens: ah, o velho aqui ainda pode! Nem se deve pensar em respeito, se desrespeitamos quem nos rodeia, e isso vai dos empregados ao parceiro ou parceira, passando pelos filhos, é claro. Se sou tirana, egoísta, bruta; se sou tola, fútil, metida a gatinha gostosa; se vivo acima das minhas possibilidades e ensino isso aos meus filhos, o efeito sobre a moral deles e sua visão da vida vai ser um desastre.

Temos então de ser modelos? Suprema chatice. Não, não temos de ser modelos: nós somos aquele primeiro modelo que crianças recebem e assimilam, e isso passa pelo ar, pelos poros, pelas palavras, silêncios e posturas. Gosto da historinha verdadeira de quando, esperando alguém no aeroporto, vi a meu lado uma jovem mãe com sua filhinha de uns 5 anos, lindas e alegres. De repente, olhando para as pessoas que chegavam atrás dos grandes vidros, a perfumada mãe disse à pequena: "Olha ali o boca-aberta do seu pai".

Nessa frase, que ela jamais imaginaria repetida num artigo de revista ou em palestras pelo país, a moça definia seu ambiente familiar. Assim se definem ambientes na escola, no trabalho, nos governos, no mundo. Em casa, para começar. O palavrório sobre o que legaremos aos nossos filhos será vazio, se nossas atitudes forem egoístas, burras, grosseiras ou maliciosas. O resto é conversa fiada para a qual, neste tempo de graves assuntos, não temos tempo.

HIV, um vírus de 100 anos

Por Anna Paula Buchalla

Hábito antigo - O consumo de carne de macaco, à venda até hoje nas feiras de Kinshasa, está na origem do surgimento do vírus HIV (em vermelho na foto maior).

Pesquisadores traçam a árvore genealógica do HIV e descobrem que o vírus da aids começou a circular entre os seres humanos quase um século antes de a doença virar epidemia.

À mestra Clarice com carinho

por Moacyr Scliar

Clarice nos ensina o que todos os verdadeiros mestres sabem e praticam, aprender com prazer.

Clarice Lispector era surpreendente em tudo, inclusive nos títulos que dava às suas obras. Exemplo é a curta (155 páginas) novela publicada pela primeira vez em 1969 e que se chama Uma Aprendizagem, ou O Livro dos Prazeres.

A esta descoberta Clarice denomina de “uma aprendizagem”. O que Lori precisa aprender? O que é que ela não sabe? Clarice responde: “Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós. Não temos amado acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e segurança por não termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe”.

Este é o problema. E como se resolve? “Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro.” E conclui: “Aprendi que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer”. O que está nos dizendo Clarice?

Está enfatizando o valor da entrega, do amor como antídotos para a falsidade e a hipocrisia. “Não temos amado acima de todas as coisas.” O Primeiro Mandamento fala em “amar a Deus acima de todas as coisas”. Não só Deus, diz Clarice, amar a tudo e a todos, entregar-se; não adianta amontoar “coisas e segurança”, não adianta buscar alegrias catalogadas, estereotipadas.

É preciso falar no que realmente importa, por arriscado que seja. Apesar dos riscos, apesar dos obstáculos, apesar dos pesares, deve-se viver, deve-se comer, deve-se amar, deve-se morrer – morrer, sim; é parte da vida.É claro que o livro descreve uma aprendizagem. E é muito significativo que esta aprendizagem implique prazeres: o prazer da entrega, o prazer de amar, mas também o prazer da própria aprendizagem.

Aprender com prazer é o princípio básico de toda a pedagogia. É isto que Clarice nos ensina. E é isto que todos os verdadeiros mestres sabem e praticam.

Feira de Frankfurt destaca o e-book

Reuters

Terminou no último domingo a 60ª edição da Feira de Frankfurt, o maior evento literário do mundo, e com ela mais uma série de previsões a respeito do futuro do mercado editorial. Na avaliação de expositores, os dispositivos eletrônicos, tais como os leitores de e-book, estão ganhando cada vez mais espaço, mas não deverão substituir por completo os livros em papel. Para outros, esses aparelhos poderão ser para os livros digitais o que o iPod representou para o MP3.

As previsões são ambiciosas. De acordo com a empresa de pesquisas em tecnologia, iSuppli, os lucros no mercado de livros eletrônicos devem subir de 3,5 milhões de dólares em 2007 para 291 milhões de dólares em 2012. Mas essa realidade pode ainda ser algo muito distante. "Um leitor de e-book custa 300, 400 dólares. Não há um mercado para isso", disse o diretor da feira, Juergen Boos, em entrevista à agência Reuters. Além disso, os leitores de e-book terão de competir com outras mídias, como os celulares.

Infidelidade

Por Solange Guarino

As mulheres estão mudando. Mais exigentes nos seus relacionamentos amorosos, muitas já se permitem buscar – sem culpas – o amor e o prazer fora da relação.

Segundo especialistas, a traição para a maioria das mulheres está ligada à emoção, à afetividade; ao contrário dos homens, que procuram relações baseadas em sexo. “O homem trai porque é de sua natureza, é instintivo. Mas o comportamento feminino é diferente. Cerca de 90% das mulheres que traem estão envolvidas emocionalmente com outra pessoa. Somente 10% traem apenas por sexo. São aquelas mulheres que não são subjugadas pelas regras sociais, tampouco sentem remorsos por seus atos”, completa o psicólogo Oswaldo Pereira Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade – Inpasex – de São Paulo.

Mas, embora assuma um discurso moderno, o tema ainda é difícil de lidar para algumas mulheres.

Reino Unido: maior controle a imigrantes

Com medo dos possíveis impactos da crise financeira nos empregos, o Reino Unido começou a planejar um controle mais rígido para a entrada de estrangeiros no país. Segundo o novo ministro britânico da Imigração, Phil Woolas, a tendência é que o número de interessados em entrar no país. "Quando as pessoas ficam desempregadas, o tema imigração se torna extremamente delicado", disse Woolas em entrevista ao jornal The Times.

O ministro disse ainda que não deixará que a população do país chegue a 70 milhões atualmente, o Reino Unido abriga cerca de 61 milhões de pessoas. Woolas defende que é preciso haver um equilíbrio entre o número de pessoas que entram e o saem.

Como gerar boa vontade na network


Por Ricardo Bellino

Relações descartáveis, calcadas em interesses passageiros e vantagens momentâneas, podem até funcionar por algum tempo, quando tudo vai bem

Muitos definem network como uma rede de contatos, uma lista de pessoas que você conhece e que pode "usar" quando necessário. Essa é uma visão bem limitada do que vem a ser a network. Na verdade, trata-se de uma rede de relacionamentos baseados no respeito e na cooperação mútua.

De Harvard para as escolas públicas

Por Camila Pereira

O Google que espere, Jenny Tsai recusou ótimas ofertas de trabalho: opção pela sala de aula.

Alunos de Harvard disputando vagas de professor em escolas públicas? Esse é o feito de um bom programa americano.

Para jovens como a americana Jenny Tsai, 23 anos, não faltam boas oportunidades de trabalho. Ao contrário. Há excesso delas. Aluna brilhante do curso de ciências sociais em Harvard, uma das melhores universidades do mundo, ela recebeu três propostas de emprego antes mesmo da formatura, uma delas do Google. Recusou todas. Curiosamente, Jenny preferiu tornar-se professora de uma das piores escolas públicas de Nova York, onde vai enfrentar as condições mais adversas e ganhar menos. Chama ainda mais atenção saber que a moça faz parte de um grupo bem maior. Neste ano, outros 3 700 jovens, entre engenheiros, advogados e físicos formados em algumas das melhores universidades dos Estados Unidos, fizeram a mesma opção. Ao desprezarem convites de grandes empresas e aceitarem propostas de trabalho em escolas públicas de mau ensino, eles não estão motivados por idealismo juvenil. Também não lhes falta a ambição de avançar na vida profissional. A escolha pela sala de aula se deve, na verdade, a um programa que tem conseguido alavancar a carreira dos recém-formados, segundo mostra uma nova pesquisa publicada pela revista Business Week. Trata-se do Teach for America, que recruta e treina os melhores na faculdade para trabalhar em escolas. Ligado a uma fundação sem fins lucrativos, de mesmo nome, o programa aparece entre as vinte melhores portas de entrada para o mercado de trabalho americano, à frente de outras tradicionalmente mais cobiçadas pelos jovens, como Microsoft e Nasa.

A pesquisa merece atenção por lançar luz sobre uma iniciativa bem-sucedida numa área em que países como o Brasil só têm colecionado fracassos: atrair os profissionais mais talentosos para dar aulas – ainda que por apenas dois anos, tempo de duração do programa. Conseguiu-se tal feito com um conjunto eficiente de medidas. A mais relevante delas diz respeito à formação de uma rede entre o Teach for America e algumas das instituições nas quais os recém-formados mais ambicionam trabalhar, como o banco JP Morgan, a consultoria McKinsey e as universidades Harvard e Yale. Depois de uma temporada no comando de uma classe de crianças, os jovens costumam ser automaticamente recrutados por tais instituições. Não só ocupam boas vagas como também negociam contratos mais vantajosos, que incluem, nas empresas, a presença de um tutor no início da carreira e, nas universidades, bolsas de estudo, entre outras regalias.

"DAR AULAS É O MÁXIMO" Courtney não cogitava ser professora. Depois de uma temporada na escola, não quis mais sair.

Todas essas instituições decidiram apostar no Teach for America por uma razão simples: elas estão atrás dos bons alunos que vão parar lá. O programa, afinal, só aceita inscrições dos melhores da turma e, ainda assim, apenas 15% dos candidatos sobrevivem à peneira. É justamente a seleção rigorosa, feita por gente bem treinada para rastrear e até para convencer os estudantes mais talentosos a aderir à sala de aula, que explica boa parte do seu sucesso em atrair alunos de Harvard, Yale ou Princeton. Diz Amy Black, uma das diretoras da fundação, espalhada por 29 cidades americanas: "Quem decide entrar para o programa sabe que ganhará um carimbo precioso no currículo e, mais tarde, será muito bem acolhido pelas empresas". A princípio desvantajosa do ponto de vista financeiro, uma vez que esses jovens recebem o mesmo salário que qualquer professor, a opção temporária pela docência acaba se revertendo em favor de quem segue o caminho da sala de aula.

É bem verdade que a maioria dos jovens permanece como professor apenas pelos dois anos previstos no programa, para então seguir outros rumos. Sua influência positiva sobre os estudantes nesse breve período, no entanto, já justifica a experiência – e faz refletir sobre a necessidade de contar com mais desses profissionais nas escolas. Um estudo americano recente mostra que, em relação a um docente de padrão mediano à frente da classe, tais professores conseguem melhorar em até três vezes o desempenho de um mau aluno. Isso mesmo sem nenhuma experiência prévia em sala de aula, tampouco um diploma na área de pedagogia. Engenheiros e advogados precisam apenas de algum treinamento para desempenhar bem a função. E fazem isso melhor do que os demais professores. Resume o físico alemão Andreas Schleicher, no comando das avaliações conduzidas pela OCDE (organização que reúne os países mais industrializados): "Estamos diante de uma prova de que atrair os melhores cérebros para as escolas é decisivo para a melhoria do ensino".

Pesquisas mostram que escolas no mundo todo falham nessa missão básica, a de recrutar profissionais de alto nível, basicamente por não fazer da sala de aula "um ambiente desafiador". Entenda-se por isso estabelecer e cobrar metas, distinguir os professores segundo sua capacidade de ajudar os alunos a avançar e lhes descortinar horizontes na carreira. O atual programa americano, que envia os novatos às escolas públicas, trata a todos como "CEOs do ensino". Eles passam a ter objetivos bem definidos e precisam se explicar (e melhorar) caso não atinjam o resultado esperado. Por tudo isso, cerca de 30% das pessoas que estão lá e jamais haviam cogitado virar professor decidem seguir na carreira. Foi o que ocorreu com a cientista política Courtney Dowd, 26 anos. Ela, que mirava a vida acadêmica em Harvard, "amou" a experiência de dar aulas e, com a ajuda do Teach for America, foi parar numa escola de formação de diretores de escola. Diz Courtney: "Recebi todos os incentivos para ambicionar uma carreira na área de educação". O Teach For America já foi copiado na Inglaterra e, em breve, chegará ao Chile e à Alemanha. No Brasil, onde 22% dos professores sequer pisaram numa universidade, algo parecido poderia contribuir para o necessário avanço da educação.

O Brasil da inovação

Por Marcos Todeschini e Renata Betti

Nos últimos dez anos, surgiram no país pólos de tecnologia da informação com relevo internacional. Um estudo mostra onde eles estão e o que produzem.

O Brasil costuma ser lembrado como um grande produtor de soja, açúcar, aço. Nem só por suas commodities, no entanto, o país tem espaço no mercado internacional. A tecnologia, área em que até pouco tempo atrás os brasileiros nada tinham a oferecer, começa a despontar. Os avanços recentes são notáveis – fenômeno que uma nova pesquisa ajuda a dimensionar. Segundo o levantamento, nos últimos dez anos surgiu no país um eficiente conjunto de pólos de tecnologia da informação (TI), um dos setores vitais da economia contemporânea. Eles estão unidos pelo mesmo critério de excelência: todos têm a apresentar uma ou mais invenções de natureza diferente, pelas quais sobressaem fora do país. São sete pólos que, juntos, faturam 4 bilhões de dólares por ano, exportam para setenta países e abrigam 3 700 Ph.Ds. esparramados por 1 000 empresas de tecnologia da informação. Esse circuito, ao qual lançou luz o trabalho conduzido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, reúne, ainda que em escala modesta, o básico da fórmula que funcionou no Vale do Silício, meca da TI mundial: boas universidades, alta concentração de cérebros, alívio nos impostos para as empresas de tecnologia e uma cultura que valoriza a inovação. Resume o especialista Antenor Corrêa, coordenador da pesquisa: "Nesses pólos, as pessoas conseguiram se tornar competitivas produzindo aquilo que mais adoram: tecnologia".