
Uma praga. Há quem trema com seu palavreado cheio de sinergia, há quem morra de rir de mais um cerimonial que só atravanca o bom andamento dos serviços. Ela não edita uma página do jornal, ela não aperta um parafuso na fábrica. A avaliadora de competências só quer saber de gestão. Fala em operacionalizar resultados na reunião das dez, coaching na reunião das onze e mentoring no almoço executivo do meio-dia. Impressiona os incautos com seu dicionário corporativo, da mesma maneira que outras fêmeas tentam o mesmo com o silicone. É o pavão misterioso, o coreto de Madureira, uma pegadinha do RH. O nada e a perda de tempo. A avaliadora mete medo nos machos com seu jeito trend de ser porque inverteu o processo. Ela não veio ao mundo para ter o rebolado avaliado quando se dirige ao cafezinho. É ela quem dá as notas, quem controla o budget e o EBITDA. Busca o alinhamento interno com a mesma sofreguidão que as colegas buscam o orgasmo múltiplo. Ela é holística. Avalia o comprometimento de cada um com a superação de padrões já estabelecidos.