
É o de príncipe-herdeiro da Inglaterra. Sem outra função oficial, sua única ocupação na vida é esperar pela morte da mãe, a rainha.
A monarquia inglesa está assentada sobre o pilar da tradição. Mas, como a família real apreendeu, da forma mais amarga, com a confusão em torno da princesa Diana, não há como escapar à realidade do século XXI. Recentemente, um jornal inglês revelou que, no bojo de uma reforma constitucional mais ampla, o primeiro-ministro Gordon Brown estuda propor a modificação de duas normas da sucessão real. A primeira é a que dá preferência aos príncipes sobre as princesas, independentemente de quem tenha nascido primeiro. Elizabeth II, que só é rainha porque tinha apenas uma irmã, já disse que não tem objeção a que a coroa passe ao rebento mais velho do monarca, seja homem, seja mulher. O popular reinado de Elizabeth, por si só, faz a norma parecer anacrônica e sexista. A segunda proposta é mais controversa. Trata-se de revogar a lei, em vigor há 300 anos, que proíbe um católico de ser coroado rei da Inglaterra. Os católicos ingleses, que constituem a segunda maior denominação religiosa do país, com 4,2 milhões de fiéis, reclamam que a lei exclui sua fé, mas não qualquer outra. Por injusta que pareça aos olhos contemporâneos, essa lei, de 1701, serviu para colocar fim às sangrentas disputas pelo trono entre pretendentes católicos e protestantes.